Cartaz - Como Queira 

Como Queira - Fábula Eletrônica em 4 atos

O curta que eu gravei vai acontecer nessa festa. Compareçam!

FÁBULA ELETRÔNICA - "COMO QUEIRA"Na próxima sexta-feira, 16/12, um evento que une vídeo e música eletrônica deve apresentar algo incomum a uma pista de dança. Às 23h00, quando entra o primeiro DJ, uma história começa a ser contada nos três telões da festa. Trata-se de uma adaptação livre e atualizada da comédia pastoral "As You Like It", de W. Shakespeare, produzida pela Requiem.TV. Orlando e Rosalinda, perturbados por conflitos em casa, decidem fugir. Traçam caminhos diversos e encontram-se na floresta de Arden. "Estamos experimentando um novo ambiente narrativo, a pista de dança. O vídeo teria 20 minutos se fosse editado como curta-metragem. Mas, na festa, ele será desconstruído para se adaptar à atenção naturalmente difusa das pessoas e seguir a cadência da música.", diz um dos produtores do vídeo. A entrada vale R$35,00 e o bar é aberto. O endereço é Rua Baumann, 1481. Mais informações, www.comoqueira.com.br ou comoqueira@comoqueira.com.br

As You Like It

A vida não é brinquedo não, e duas que é bom só se muito bem provada. Andava cabisbaixo essas últimas semanas. O documentário deu uma esfriada. Se você nunca fez um filme já te ávido: dá um trabalho infernal fazer cinema no Brasil. Muita coisa, muito detalhe. E no meu caso só falta uma bobagem; o danado do roteiro! Esse blog é parte deste esforço. Quem sabe escrevendo sobre política, sobre a minha vida e sobra a vida dos outros, eu encontre o fio da meada deste ninho de mafagafos chamado Brasil.

Pois bem, estava cabisbaixo. Tinha marcado de adiantar o roteiro com um amigo meu, “não vai dar hoje, to meio apertado. Estou fazendo um curta metragem pra passar numa festa.” Precisa de ajuda?, perguntei. Claro! Domingo ás 8:00 da manhã a gente vai começar a gravar. Às 8:00? É, retrucou. Não era o que esperava, mas não esperava muita coisa. Ok. Às oito então.

O set de filmagem era num sobrado em plena Vila Madalena. Confesso que levei um susto quando cheguei. O sobrado era decorado com uma infinidades de adesivos anti-alguma coisa. Na cozinha, perto da geladeira, havia uma série de cartazes com o singelo recado: PBPM (Político Bom é Político Morto). Na outra parede um quadro, em cores vivas, com a batida foto de Che Guevara observava todos os nossos movimentos. “Mais um comunista que leu algo do Antônio Negri e muito gibi”, pensei.

Bem, temos um filme pra fazer, cadê a equipe? Marcamos às oito, imagina... Começamos ás dez. De qualquer forma essa demora foi o suficiente para desarmar meus preconceitos. O dono da casa foi extremamente simpático. Resolvemos armar o set; lâmpada, sofá cenografia, tapete e etc.

A equipe chegou aos poucos. O diretor, meu amigo, me explicou na hora que meu personagem era um tipo canalha-pedófilo. Me fudi, pensei; como vou fazer isso ás onze horas de um domingo. Fosse de noite eu enchia a lata e ficava fácil. Mas ali não tinha uma gota de nada, a não ser litros e litros de café. Não sei se você sabe mas cinema é feito na base de café e fita crepe, o resto é acessório. Pois bem, bebi café e fumei uns bons dez cigarros de Marlboro vermelho.

“É sua vez”, gritou o diretor. Não vou contar o que aconteceu, em breve na TV digital mais próxima de você. E sabe do pior? Fui lá e fiz. E bem, diga-se de passagem. Fiquei meio nervoso numa cena que eu mexia numa faca (veja a foto abaixo). É um perigo dar uma faca na mão de alguém que está pensando ser outra pessoa. Um perigo! Mas fiz.

Não sei o que foi, mas esta experiência toda foi extremamente prazerosa. Não fazer o papel de canalha-pedófilo (será que foi isso?), mas tudo. Cinema é uma brincadeira muito séria; me apaixonei de vez.

Por sinal na casa que foi set tem quatro filhotes de gato, todos brancos e champanhe. Quem quiser um é só avisar.
E no fim do dia já não estava mais cabisbaixo. Assim, do nada...

Como Queira