Para meio entendedor, boa palavra basta!
Economia é fascinante. Quanta autoridade, pompa e circunstância repousam num economista. Eu escolhi ser economista por isso mesmo. Certa vez estava num boteco chamado Empanadas, na Vila Madalena, nos idos dos meus 17 anos, quando vi estampada na parede uma matéria ampliada e emoldurada sobre o pé-sujo. O texto, simpático ao boteco, trazia uma foto de um sujeito sentado num banco com as pernas cruzadas, a legenda dizia “Fulano de Tal, economista, bebe tranqüilamente sua cerveja no fim de tarde”. Na verdade, não era bem este o texto da legenda, mas fui tomado de tamanha admiração pela cena que lá mesmo decidi meu futuro.
Só hoje entendo o fascínio que se apoderou da minha razão. O economista, mais que qualquer outro cientista ou acadêmico, é envolto por uma capa de magia. Ainda mais num país tão pouco ortodoxo como o Brasil. Sou de uma geração que viu, quando criança, o Plano Cruzado e o Plano Verão e, adolescente, os Planos Collor e Real. Quando tocava a chamada do Plantão da Rede Globo na tevê, era batata: ou alguém importante morreu, ou era o governo anunciando uma nova moeda ou alguma âncora cambial. Lembro até hoje o clima na casa do meu avô quando, em 94, o Real nasceu.
O economista sabe deste poder. E abusa. Uma coisa é dizer “não obrigado, já comi muita moqueca”, outra é dizer que “a utilidade marginal deste bem é zero, mas eu aceito um cafezinho”. Porém, toda a Economia está suspensa neste linguajar tecnicista não por maldade ou perversão do economista, mas sim por uma necessidade prática do ofício. Imagine se um economista vira para o presidente e diz: “é melhor parar com esse papo de crescimento que a inflação vai estourar a boca do balão”. Impossível.
Mas, como toda maçonaria que se preze, há os do “bem” e os “mal intencionados porque eu quero ganhar uma grana ou puxar o saco de alguém poderoso”. Dos feitiços mais poderosos que um economista dispõe estão as siglas, os anglicismos e os porcentuais. “Meu amigo, espera mais um pouco para comprar sua TV no crediário. Estamos saindo 0,65% do core do Inflation Target, e se isto acontecer, teremos que subir a SELIC”. E, como por magia, o interlocutor fica paralisado com a explicação. Fica a máxima: para meio entendedor, boa palavra basta.
Quem abusa do artifício, no entanto, não são os bruxos de mercado, mas os aprendizes de feiticeiro da mídia. Francamente, colocar a cotação das bolsas européias e asiáticas em pleno Jornal Nacional é um pouco de exagero. Só cria pânico e perplexidade. Num jornal econômico, onde esta informação é realmente relevante, tudo bem, mas o que agrega a um brasileiro comum tal informação? Ainda acho que os jornais fazem isso para conferir estilo a informação. É chique e contemporânea a paranóia da Bloomberg, com seus indicies indigestos.
Fica o aviso, e quem avisa amigo é: meio entendedores do mundo, uni-vos! Quem acredita em tudo que ouve, acaba não entendo nada do que deve. E quem diz o que não sabe, fingindo que sabe, acaba dizendo o que não deve. Ok?
Só hoje entendo o fascínio que se apoderou da minha razão. O economista, mais que qualquer outro cientista ou acadêmico, é envolto por uma capa de magia. Ainda mais num país tão pouco ortodoxo como o Brasil. Sou de uma geração que viu, quando criança, o Plano Cruzado e o Plano Verão e, adolescente, os Planos Collor e Real. Quando tocava a chamada do Plantão da Rede Globo na tevê, era batata: ou alguém importante morreu, ou era o governo anunciando uma nova moeda ou alguma âncora cambial. Lembro até hoje o clima na casa do meu avô quando, em 94, o Real nasceu.
O economista sabe deste poder. E abusa. Uma coisa é dizer “não obrigado, já comi muita moqueca”, outra é dizer que “a utilidade marginal deste bem é zero, mas eu aceito um cafezinho”. Porém, toda a Economia está suspensa neste linguajar tecnicista não por maldade ou perversão do economista, mas sim por uma necessidade prática do ofício. Imagine se um economista vira para o presidente e diz: “é melhor parar com esse papo de crescimento que a inflação vai estourar a boca do balão”. Impossível.
Mas, como toda maçonaria que se preze, há os do “bem” e os “mal intencionados porque eu quero ganhar uma grana ou puxar o saco de alguém poderoso”. Dos feitiços mais poderosos que um economista dispõe estão as siglas, os anglicismos e os porcentuais. “Meu amigo, espera mais um pouco para comprar sua TV no crediário. Estamos saindo 0,65% do core do Inflation Target, e se isto acontecer, teremos que subir a SELIC”. E, como por magia, o interlocutor fica paralisado com a explicação. Fica a máxima: para meio entendedor, boa palavra basta.
Quem abusa do artifício, no entanto, não são os bruxos de mercado, mas os aprendizes de feiticeiro da mídia. Francamente, colocar a cotação das bolsas européias e asiáticas em pleno Jornal Nacional é um pouco de exagero. Só cria pânico e perplexidade. Num jornal econômico, onde esta informação é realmente relevante, tudo bem, mas o que agrega a um brasileiro comum tal informação? Ainda acho que os jornais fazem isso para conferir estilo a informação. É chique e contemporânea a paranóia da Bloomberg, com seus indicies indigestos.
Fica o aviso, e quem avisa amigo é: meio entendedores do mundo, uni-vos! Quem acredita em tudo que ouve, acaba não entendo nada do que deve. E quem diz o que não sabe, fingindo que sabe, acaba dizendo o que não deve. Ok?
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